Outubro Rosa e a Importância de Perpetuar Conhecimento: Onde Nossos Olhos Não Alcançam

por | 20 de outubro de 2023 | Magis5

O Outubro Rosa é mais que um mês, e sim um lembrete anual da importância de ter cuidados com a saúde e de como perpetuar o conhecimento da maneira correta é uma forma de cuidarmos de nossas famílias, amigos, sociedade e futuro.

Dando pausa aos nossos conteúdos sobre e-commerce e empreendedorismo, especialmente nesse mês decidimos abordar o tema do Outubro Rosa, mas isso não significa que as informações aqui contidas são necessárias apenas em outubro.

Pelo contrário, esse conteúdo é um olhar para entendermos as problemáticas que são abordadas neste mês como forma de se prevenir, prevenir entes queridos e o máximo de pessoas possíveis que conseguirmos alcançar.

O Outubro Rosa é uma campanha que foi iniciada nos Estados Unidos, mas que, nos dias de hoje, está no mundo inteiro, o que inclui o Brasil. Ele aborda o câncer de mama, o qual afeta ainda, principalmente, mulheres em todo o globo.

O seu objetivo é trazer informações para que seja possível a conscientização do diagnóstico precoce e a importância de realizar os exames necessários periodicamente, em especial para os grupos de maior risco.

Apesar das campanhas a cada ano serem ainda mais recorrentes, será que as estatísticas a respeito do câncer de mama estão diminuindo? E você, já considerou repassar informações a esse respeito ou mesmo deu atenção ao seu próprio corpo hoje? 

Acompanhe esse artigo que vamos trazer algumas dessas respostas, além de formas de como auxiliar nessa campanha. Tenha uma boa leitura!

O câncer de mama, seu histórico e a sua gravidade no Brasil e no mundo

O câncer de mama é o segundo que tem mais fatalidades no Brasil, sendo o primeiro na causa de mortalidade em mulheres.

Só em 2021, o Brasil tinha uma estimativa de 66 mil novos casos com um risco de 61,61 a cada 100 mil mulheres, com uma maior taxa de mortalidade e incidência nas regiões sul e sudeste do país como um todo.

Porém, cada estado possui suas próprias estatísticas e é importante também avaliar cada um de forma individual, como mostra no mapa a seguir:

Mapa ilustrativo de cada estado brasileiro contendo a taxa de mortalidade ajustado do câncer de mama a cada 100 mil mulheres.
Taxa de mortalidade ajustado do câncer de mama a cada 100 mil mulheres. Fonte: INCA 2023.

Já globalmente, em 2018, foram diagnosticados 2,1 milhões de novos casos de câncer de mama e 627 mil mortes em decorrência da doença. Sendo o câncer de mama um dos três tipos que mais possui maior incidência globalmente junto ao pulmão e o colorretal, e, para as mulheres, é o que mais as afeta dentre 154 países dos 185 analisados pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC).

Tais números só reforçam a importância das campanhas do Outubro Rosa e a necessidade da conscientização do diagnóstico da doença. Todavia, deixo-lhe uma reflexão: será que todos têm acesso a essas informações ou dão a devida atenção? E, mesmo que sim, as condições em que se encontram os permitem realizar exames anualmente?

Antes de chegarmos a aprofundar um pouco mais nisso, é necessário entender o histórico da campanha do Outubro Rosa e como começou esse movimento em prol da saúde.

Como surgiu o Outubro Rosa?

Calendário rosa com laço característico da campanha do Outubro Rosa.

O Outubro Rosa surgiu na década de 90 nos Estados Unidos e demorou um pouco para ser reconhecido pelo Congresso Americano. 

Com isso, o símbolo do laço rosa característico da campanha foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure na Corrida pela Cura, na cidade de Nova Iorque, sendo dado aos corredores e perpetuando em outros locais e eventos do país.

No Brasil, apesar da campanha ter chegado em 2002, foi somente em 2008 que o movimento começou efetivamente no país através da divulgação em diferentes cidades, na promoção de corridas em prol da saúde e na iluminação de monumentos famosos com a cor rosa da campanha — assim como feito em outros países.

Em 2018 tivemos efetivamente a Lei nº 13.733 que fez o mês de outubro ter as ações necessárias para campanha durante o período, as quais incluem:

I – iluminação de prédios públicos com luzes de cor rosa;

II – promoção de palestras, eventos e atividades educativas;

III – veiculação de campanhas de mídia e disponibilização à população de informações em banners , em folders e em outros materiais ilustrativos e exemplificativos sobre a prevenção ao câncer, que contemplem a generalidade do tema.

IV – realização de atos lícitos e úteis para a consecução dos objetivos da campanha.

Diagnóstico: o ponto central do Outubro Rosa

O diagnóstico precoce é a maneira mais eficaz para diminuir a taxa de mortalidade diante o câncer de mama, possibilitando que as chances de cura aumentem para 95%, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), pois caso a doença já esteja em um grau mais avançado, o tratamento pode ser menos eficaz.

Os especialistas e organizações voltadas ao tema, como FEMAMA e a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) , recomendam que a mamografia seja feita a partir dos 40 anos para as mulheres que não apresentam sintomas, enquanto o SUS indica que ela seja feita a cada dois anos, pelo menos, às mulheres entre 50 e 69 anos (grupo de maior risco).

Ou seja, o diagnóstico e mesmo a realização do autoexame de toque de mama, são formas para se prevenir antecipadamente e ter alertas do próprio corpo para poder ter um tratamento mais eficaz.

Quais são as causas do câncer de mama e há como se prevenir?

De acordo com especialistas, não há uma causa exata do câncer de mama, mas sim uma junção de fatores que podem fazer com que algumas pessoas tenham mais probabilidade de desenvolver a doença, como:

  • Fatores genéticos e hormonais;
  • Sedentarismo, obesidade, sobrepeso — com risco maior após a menopausa;
  • Exposição a raios X de maneira constante;
  • Ingerir bebidas alcoólicas.

Em contrapartida, para reduzir o risco e se prevenir, o INCA informa que com os seguintes hábitos é possível amenizar em 28% os riscos de obter o câncer de mama:

  • Praticidade atividades físicas regularmente;
  • Hábitos de alimentação saudáveis;
  • Não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas;
  • Manter o peso adequado;
  • Evitar o uso de hormônios sintéticos em altas doses.
Mulher segurando laço rosa do Outubro Rosa em uma mão enquanto

Desigualdade: como ela afeta e agrava o câncer de mama

Apesar de toda a campanha ter o objetivo de conscientizar mulheres — em sua maioria — a realizarem os exames necessários para ter um diagnóstico precoce e, assim, se prevenir e ter um tratamento mais adequado caso tenha a doença, não podemos ignorar que o Brasil e o mundo ainda possuem muita desigualdade em relação ao acesso à saúde de qualidade ou mesmo informação.

O sul e o sudeste são as duas regiões brasileiras com maior taxa de mortalidade em relação ao câncer de mama, porém, quando falamos justamente sobre a realização do exame de mamografia no grupo de risco (mulheres entre 50 a 69 anos), temos uma diferença nas regiões.

Figura ilustrativa da proporção de mulheres de 50 a 69 anos de idade que nunca realizaram exame de mamografia no Brasil, em 2019.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.

Os dados vindo da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, mostram que a média do Brasil de mulheres que nunca realizaram exame de mamografia está em 24,2%, mas em regiões como norte e nordeste os números aumentam para 42,1% e 33,7%, respectivamente.

Quando falamos sobre questões relacionadas à renda, a situação se torna ainda mais diferente:

Gráfico de barras sobre a proporção de mulheres entre 50 a 69 anos de idades que realizaram o exame de mamografia conforme o rendimento domiciliar per capita no Brasil, em 2019.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.

Mulheres que possuem uma renda de até ¼ do salário mínimo realizaram, percentualmente, quase a metade daquelas que possuem uma renda acima de 5 salários mínimos.

Além disso, no relatório da Pesquisa Nacional de Saúde também é apresentado que o acesso aos exames de rastreamento também é desigual quando analisados nível de escolaridade, sendo realizado por 49% de mulheres sem instrução e com escolaridade do fundamental incompleto, enquanto 77,8% é feito por aquelas que possui nível com superior completo. 

O ponto que devemos enxergar é que, mesmo com toda a campanha do Outubro Rosa, é preciso que todos se movimentem para além do mês para que essa situação mude e que todas as mulheres possam ter acesso à realização de exames e, assim, amenizar a taxa de mortalidade do câncer de mama.  

Nós, como indivíduos que temos acesso às informações necessárias e que podemos contribuir para que as informações certas sejam levadas a esses grupos, principalmente os de risco, devemos dar um olhar a toda essa situação.

No caso das estatísticas do primeiro gráfico apresentado neste tópico, nós sabemos que certas regiões no Brasil não têm a mesma disponibilidade de informações como regiões como sul e sudeste — e que mesmo assim possuem uma parcela de seus habitantes nas mesmas condições.

É um ponto que deve ser lembrado e reforçar o porquê é importante todo ano ser investido fundos para a campanha do Outubro Rosa ao longo do país para conscientizar cada vez mais pessoas.

A falta de pluralidade de corpos dentro do Outubro Rosa

Outro ponto que se encaixa aqui é como as campanhas do Outubro Rosa ou mesmo da próxima campanha, Novembro Azul, normalmente excluem a diversidade de corpos. 

Ou seja, o público LGBTQIA+, especificamente pessoas trans, não são retratadas nessas campanhas, já que em outubro o foco é para as mulheres cisgênero (aquelas que se identificam com o gênero que lhe foi designado), e em novembro para os homens cis. 

Contudo, homens trans também necessitam realizar o exame de mamografia, assim como mulheres trans, que utilizam de hormônios e, como consequência, possuem mais probabilidade de contrair a doença. 

Portanto, não podemos excluir esses corpos, mas sim acolhê-los e os relembrar que também necessitam e devem cuidar de sua saúde, realizando os diagnósticos necessários para não agravar seus sintomas caso contraiam o câncer. 


Para entender mais sobre o assunto: no podcast “Ciência ao Pé do Ouvido” feito pela Universidade Federal de Uberlândia, no episódio “A saúde entre o rosa e o azul” onde especialistas da área falam exatamente sobre dar a atenção necessária para as pessoas trans dentro dessas campanhas.


Como posso ajudar no Outubro Rosa?

Mãos se acolhendo ao segurar dois laços do Outubro Rosa

Nós, como indivíduos ou mesmo como empresas, podemos contribuir para o Outubro Rosa, e mesmo com o cotidiano tão agitado quanto o que temos atualmente, é possível sim fazer pequenas ações que podem contribuir muito:

Conscientize as pessoas e divulgue: primeiramente, compartilhe informações, seja em suas redes sociais, em conversas do cotidiano, com seus colaboradores, imprimir cartazes com instruções a respeito (os quais podem ser encontrados no próprio site do Governo/INCA), entre outras possibilidades que aumentem o grau de conscientização e atinja as pessoas que necessitam realizar os diagnósticos.

Contribua: indo além, há diversas ONGs que auxiliam pessoas atingidas pelo câncer de mama, então não é preciso contribuir necessariamente com dinheiro, você pode ajudar doando alimentos, roupas, lenços, produtos e muito mais.

Acolha e tenha empatia: acolher aqueles que estão passando por essa situação é também uma das formas de contribuir, afinal, nesse período é importante nos lembrarmos da fragilidade que um câncer pode fazer com alguém, tanto fisicamente quanto emocionalmente.

Portanto, ofereça ajuda, mantenha o contato com o conhecido que está passando por isso, visite-o caso ele aceite, entre outras possibilidades.

Além disso, ser voluntário em ONGs ou de qualquer outra maneira que possa ajudar nessa campanha e em todos os envolvidos igualmente contribui e fará a diferença, seja em outubro ou em todo o ano subsequente.

Conclusão

Há ainda muito o que se falar a respeito do Outubro Rosa e do câncer de mama, porém, o objetivo desse artigo é o de trazer uma visão que nos faça dar atenção às partes que não têm tanta visibilidade.

A campanha ao longo dos anos vem se mostrando efetiva ao aumentar a conscientização da população, mas é um trabalho constante e que pode ser feito por cada um.

A nossa sociedade é complexa e nosso país possui uma diferença muito grande de região a região, ou mesmo dentro de um mesmo lugar, porém, seja nós como indivíduos de forma pessoal ou como empreendedor, podemos modificar a nossa comunidade ao redor para que possamos construir um ambiente mais acolhedor.

E caso você, que já tenha passado pelo câncer de mama, está aqui, lendo esse artigo, saiba que é muito gratificante saber que conseguiu passar por isso e sei que é uma luta a qual não esquecerá.

A Magis5 sabe da importância do Outubro Rosa, buscando acolher nossos colaboradores e cada vez mais distribuindo informações relevantes para modificar o ambiente interno e externo.

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Janiel Bruno Brasil

Redator de Conteúdo e Copywriter na Magis5, apaixonado por escrever e entregar conteúdo criativo. Para entrar em contato com Janiel, envie um e-mail a: janiel.brasil@magis5.com.br
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