As vendas nos marketplaces bateram um novo recorde no primeiro semestre de 2020 atingindo 78% das vendas on-line no Brasil. É o que diz a o maior relatório do e-commerce brasileiro, a 42ª edição do Webshoppers, feito a cada seis meses pela ela Nilsen/Ebit em parceria com a Elo.
Os números indicaram um faturamento no primeiro semestre de 2020 de mais de R$ 30 bilhões em vendas nos marketplaces, estes números são históricos e apontam para uma tendência que vem se consolidando, uma expansão que representa cerca de 56% de crescimento sobre o mesmo período de 2019.
Um dos principais fatores que contribuem para este crescimento é o fato de marketplaces como Mercado Livre, MadeiraMadeira e Americanas.com “emprestarem” sua marca para milhares de pequenos comerciantes venderem nas suas plataforma, considerando que a maior barreira de quem compra online é a confiança, ao ver marcas conhecidas o consumidor se sente seguro em colocar seu cartão de crédito ao fazer suas compras.
Outros fatores contribuíram para este crescimento, a começar pela pandemia do COVID-19 que ao fechar o comércio físico, obrigou muitos consumidores resistentes até então, a fazerem suas primeiras compras online, paralelo a isto os principais marketplaces investiram pesado em publicidade.
Um exemplo é o Mercado Livre, que além de investir milhões de dólares em tráfego pago, investiu mais alguns outros milhões nos principais canais de televisão. Hoje já é a empresa mais valiosa da América Latina
Uma outra curiosidade levantada pela pesquisa foi que embora as vendas nos marketplaces tenha crescido de forma meteórica, mais de 1/3 das pessoas entrevistadas não sabiam dizer o que é um marketplace, o que reforça a tese de que o consumidor compra pela confiança dos nomes dos marketplaces e não do vendedor.
Esta pesquisa aponta para um 2020 espetacularmente bom para os vendedores destes marketplaces, aqueles que estiverem preparados para surfar nesta onda, certamente obterão resultados nunca vistos antes.
Porque os marketplaces crescem mais que as lojas virtuais?
O custo de entrada para começar a vender nos marketplaces é praticamente zero, o vendedor não precisa se preocupar com os meios de pagamentos, com o modo de entrega, com arquitetura de software e principalmente investimento em publicidade e SEO, além de ser um investimento alto, não é algo tão simples de se realizar.
Atualmente, a maioria dos marketplaces cobram entre 11% a 20% para o vendedor expor seus produtos, embora pareça ser caro, quando levamos em consideração que neste valor está incluído, o custo financeiro, anti-fraude e publicidade, podemos concluir que este valor pode ser considerado justo.
Diante disto podemos afirmar que a Loja virtual morreu?
Grandes lojas virtuais como C&A e Kabum (que inclusive estão caminhando para se tornarem marketplaces também), vão investir cada vez mais nesse segmento.
Já para o pequeno e o médio empreendedor, a estratégia de possuir uma loja virtual própria é fundamental. Afinal, é importante que estes sellers mantenham um pequeno investimento em sua marca, mesmo porque quando se vende em um marketplace, o cliente não é dele.
Existem nichos de mercado que não farão sentido trabalhar somente com lojas virtuais como por exemplo eletrônicos, acessórios para veículos, nos quais a concorrência é grande. A tendência é que a maioria das lojas virtuais se transformem em marketplaces como aconteceu como a Americanas, Submarino, Dafiti etc.
O que antes era dominado por lojas virtuais, hoje é ocupado pelos marketplaces. Vale a pena ter loja virtual caso seu segmento seja um nicho de mercado específicos, marcas próprias e serviços. Ou mesmo se você já tem uma audiência com um blog, Instagram, Youtube ou até mesmo no Tik Tok, pode ser viável investir em uma loja virtual para o seu negócio.
Assim como a televisão não matou o rádio, os marketplaces não vão matar as lojas virtuais, pelo contrário, os marketplaces serão a primeiro degrau para muitos vendedores no mundo virtual, que logo que se sentirem seguros irão para sua loja virtual própria.