Os marketplaces asiáticos estão fazendo cada vez mais sucesso no e-commerce, um dos vários dados que comprova isso é que o grupo chinês Alibaba vendeu mais de 74 bilhões de dólares na quarta-feira (11/11), quando é comemorado o dia dos solteiros.
O comércio eletrônico no Brasil representou 5% do varejo total em 2019, já na China, esse número chegou a 30%, dessa forma, o mercado chinês é muito mais “maduro” que o brasileiro, sendo um diferencial competitivo para as empresas do país serem grande players no Brasil, principalmente devido a tendência do aumento desse mercado ao longo dos próximos anos, para saber mais sobre os marketplaces chineses no e-commerce, leia o texto até o final!
Marketplaces asiáticos são muito conhecidos aqui no Brasil como a Shopee de Singapura e AliExpress da China.
O que você vai encontrar nesse artigo?
E-commerce na China x E-commerce no Brasil
A China possui um mercado mais avançado no e-commerce principalmente devido a pandemia do Sars, que aconteceu em 2003 no país, dando um salto nas compras e uma mudança do consumidor em relação ao modo de consumo dos produtos.
Segundo a matéria feita pelo Neofeed, que traçou esses paralelos, o Brasil está muito mais preparado que a China naquela época em relação não só a questão logística, mas também quanto a evolução tecnológica, afinal muitas coisas mudaram de 2003 a 2020 e a conectividade e as formas de realizar compras pela internet se tornaram muito mais práticas, rápidas e seguras.
Alguns dos pontos que fazem com que as projeções para o crescimento do e-commerce brasileiro nos próximos anos são:
- 70% da população tem acesso a internet
- A fatia local do mobile e-commerce é de 43,1%
- A penetração dos smartphones é de cerca de 40%
Contudo, o país tem alguns problemas que são pontos negativos quanto a consolidação do e-commerce, eles são a infraestrutura e a logística.
Estes dois são essenciais para que o e-commerce possa ter uma maior participação no mercado, pois, são essenciais quanto a fatores como custos de frete, custos de armazenamento de produtos e também em relação ao prazo de entrega. Tanto é que o prazo de entrega para produtos na China é de 1 dia, enquanto no Brasil esse tempo chega a 11 dias, segundo dados do NeoFeed.
O Sistema de E-commerce da China
Para a maioria das empresas de e-commerce que tentaram penetrar no mercado chinês, tornou-se um grande obstáculo igualar-se ao cenário de comércio eletrônico da China devido aos diferentes métodos de pagamento e comportamento do usuário do cliente.
A China usa um sistema de pagamento móvel e direciona o tráfego por meio de mecanismos de pesquisa como o Baidu e plataformas sociais como o WeChat para atender às necessidades dos clientes locais. O ecossistema de tráfego privado é muito diferente, com Mini Programas e Aplicativos dominando o mercado e onde o site não possui tanta relevância, sendo somente importante se ter um. Mas veremos que adotar o Omnichannel e o sem cabeça é a melhor maneira de avançar na China.
Descrevemos esses quatro componentes para ajudá-lo a entender o ecossistema de comércio eletrônico chinês:
O que direciona o tráfego para as experiências de e-commerce na China?
Normalmente, o Google é a principal fonte de tráfego fora da China e em todo o mundo,porém no país asiático a história é outra. Abaixo estão algumas das maneiras como os sites de ecommerce na China direcionam o tráfego e se comportam:
Mecanismo de busca – os mecanismos de busca mais populares na China são Baidu, 360 search e Sogou.
Mídia social – a mídia social também desempenha um papel importante na importância do comércio eletrônico na China. Atualmente, as plataformas sociais preferidas são WeChat, Weibo, QQ e Douban.
Sites de vídeo online – o conteúdo de vídeo aumentou ao longo dos anos e os links diretos para sua loja de comércio eletrônico podem gerar muito tráfego. Alguns dos sites de vídeo populares na China incluem iQiyi, Youku e Tudou.
Mapa / navegação – agora você pode pesquisar e encontrar lojas offline com aplicativos móveis chineses, como A MAP que se integra com o Tmall.
Quais são os Principais Marketplaces chineses?
Na China, a compra online através de marketplaces chega a abranger uma fatia de 90%, nos Estados Unidos, este valor chega a 50% enquanto no Brasil, ele é de 30%. Dessa forma, esse mercado também tem muito a avançar no país.
Alibaba
Na China, esse mercado é tão consolidado que, não é à toa que uma das empresas mais conhecidas do país e no mundo é a gigante chinesa Alibaba, que foi criada em 1999 e trabalha não só com o mercado B2B (entre empresas), mas também com o mercado C2C (entre pessoas físicas).
Ela atua no mercado e no varejo e permite a conexão de pessoas físicas com empresas internacionais, através do site Aliexpress e vários outros e-commerces que fazem parte do grupo.
O Grupo Alibaba é um gigante do ecommerce. A empresa é composta por dezenas de empresas e grupos que juntos, dominam o espaço de comércio eletrônico chinês. Seus principais marketplaces incluem Taobao, Tmall e Tmall Global.
As estimativas colocam a participação de mercado da Tmall em aproximadamente 50% do e-commerce negócios-para-consumidor (B2C) na China, enquanto as estimativas da participação do Taobao no mercado de e-commerce consumidor-para-consumidor(C2C) são frequentemente superiores a 90%.
Veja abaixo:
Lightinthebox
Com uma proposta semelhante ao Aliexpress, o Ligth tem uma variedade de produtos imensa, contudo seus principais setores são relacionados a acessórios, casa/jardim e roupa, contudo ele tem foco na venda de produtos chineses para o público internacional.
O site deles possui tradução para português e tem um prazo de envio que está na média do mercado Brasileiro, uma blusa masculina, por exemplo, possui tempo de envio entre 11 e 22 dias úteis.
Por fim, ele possui preços bastantes competitivos relacionados ao mercado nacional e também permite a realização de pagamento através das principais bandeiras de cartão.
Dhgate
O Dhgate é outro marketplace bastante conhecido na China e no Brasil, segundo o site Trustpilot, 71% das pessoas que fizeram compra, acham a plataforma segura e avaliaram o site como excelente.
A empresa é considerada um das líderes na comercialização de produtos de fabricação chinesa por atacado, seu principal objetivo é conectar compradores internacionais com vendedores do mercado local chinês que vendem por atacado, dessa forma, as compras saem mais baratas para os consumidores e os comerciantes locais conseguem ter mais vendas.
Além destes, existem outros como:
O Taobao, em que o Alibaba é o proprietário, sendo o É o maior site de comércio eletrônico do mundo e o sétimo site mais visitado de acordo com Alexa.
O Pinduoduo, que é basicamente uma plataforma de compras em grupo chinesa, sendo ele o segundo maior da China
A Jd.com, que é uma das maiores varejistas chinesas e possui mais de 300 milhões de clientes ativos, faturando mais de 25 bilhões de dólares por ano e o Kaola que pertence ao Alibaba e tem como “fatia de mercado” cerca de 25% do comércio eletrônico chinês.
Veja abaixo os números com os maiores marketplaces da China de acordo com o site WebRetailer:
O que podemos aprender com e-commerce chinês?
Um dos principais pontos de destaques do e-commerce chinês é principalmente a integração das lojas do online com o offline, um dos grandes exemplos dessa integração é, por exemplo, promoções em tempo real, à medida que você caminha ou se aproxima de uma loja e transmissões ao vivo de influenciadores dentro das lojas de shoppings.
Além disso, a estratégia de marketing utilizada pelas companhias, a partir do uso da grande quantidade de dados dos usuários combinada com diversas ferramentas, que são utilizadas para conseguir oferecer “o produto certo, para a pessoa certa, no momento certo”, principalmente a partir de big data e do uso da inteligência artificial, é um dos diferenciais dos e-commerces chineses.
Podemos ressaltar também em relação ao uso das redes sociais, principalmente do Tik Tok, aplicativo que ficou famoso globalmente, onde diversas marcas usam vídeos, sejam eles promocionais ou não para realizar vendas e conseguem vender diversos produtos através da plataforma. Outra importante plataforma de vendas é o WeChat, que é o “WhatsApp Chinês” e permite a transferência de dinheiro dentro da sua plataforma.
Dessa forma, existe um grande foco no uso da tecnologia para a maior personalização e para a melhor experiência dos consumidores. Portanto, os e-commerces chineses atuam e se diferenciam principalmente a partir dos seguintes pontos:
- Integração tecnológica;
- Marketing personalizado;
- Uso das redes sociais;
- Excelentes ofertas e promoções;
- Integração dos canais offline e online;
- Curto prazo de entrega;
- Excelente logística;
- Parceria estratégica com influenciadores.
Esses são os principais pontos de destaque e que devem ser levados em consideração, podendo ser pensados e estudados como benchmark para os e-commerces, não só do Brasil, mas também de diversos outros países.
O Crescimento dos marketplaces chineses no Brasil
Cada vez é mais comum os brasileiros realizarem compras por estes e outros sites, sendo muito deles chineses, um dado que colabora com essa informação é que em 2020, o Aliexpress teve o seu melhor ano de operação na última década, pois, em algumas categorias o aumento do número dos pedidos foi de até 130%, sendo ele popular principalmente entre as pessoas jovens com poder aquisitivo elevado, segundo o diretor, pois, 60% dos usuários tem a idade menor que 30 anos e gastam cerca de R$ 1.900 por mês com compras online, sendo este um valor bastante elevado para a realidade do Brasil.
Um dos principais focos desses e de outros e-commerces está no investimento em relação a logística, para que eles tenham um tempo de entrega médio competitivo com o mercado nacional, pois, este pode ser um grande diferencial para conseguir vender mais no país.
Além disso, não só as empresas chinesas, mas as de outros países que também querem investir no e-commerce Brasileiro estão buscando trabalhar com parceiros locais de entrega, justamente para facilitar os custos logísticos e o prazo de entrega.
Segundo o diretor do Aliexpress, um dos planos futuros da empresa é conseguir com que vendedores do Brasil possam vender internacionalmente, como já ocorre na China, pois, essa é uma tendência mundial que vai ficar cada vez mais evidente ao longo do tempo e, além disso, os custos são muitos baixos, podendo você abrir uma loja online do seu quarto.
Com todo o investimento no Brasil, a maioria dos produtos do Aliexpress reduziu seu frete e conseguiu fazer com que ele seja gratuito, possui atendimento humanizado e permite devoluções acima de 10 dólares.
Dessa forma, eles estão tornando cada vez mais o mercado de comércio eletrônico competitivo e com menores custos, o que é muito positivo, principalmente para os consumidores, mas também para os vendedores, que podem utilizar essas plataformas para comercializar os seus produtos.
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