O crescimento acelerado do e-commerce em 2020 e 2021 desencadeou diversas mudanças de hábitos no consumo, principalmente com o avanço e surgimento de novas tecnologias de venda, o que nos leva a considerar algumas tendências do e-commerce durante esse período.
De acordo com o 44º relatório da Webshoppers, realizado pela Ebit Nielsen, somente no primeiro semestre de 2021, o comércio eletrônico do Brasil atingiu o maior patamar de vendas da história com um volume de 54 bilhões de reais, um crescimento de aproximadamente 31% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Entretanto, a alta inflação, a alta do dólar e a redução no poder de compra dos consumidores brasileiros podem representar um crescimento modesto no e-commerce em 2022.
Portanto, separamos as principais tendências do e-commerce de 2022 para que você possa contornar a crise econômica no mercado brasileiro e aqueça as vendas online da sua empresa.
O que você vai encontrar nesse artigo?
- 1 1. Conexão entre Games e Marcas
- 2 2. Experiências de compra híbridas – Omnichannel
- 3 3. O novo Metaverso
- 4 4. Marketplaces e Super Apps
- 5 5. Entrega cada vez mais rápidas
- 6 6. Redes sociais e Social Commerce ( Mas de novo?)
- 7 Essas são as tendências do e-commerce 2022, mas há algo a mais para se considerar
1. Conexão entre Games e Marcas
Um estudo apresentado pela Juniper Research aponta que o mercado de e-sports movimenta cerca de US$2,1 bilhões. A expectativa é que movimente US$ 3,6 bilhões até o ano de 2025.
Portanto, existe um imenso oceano azul no segmento e, com a chegada do metaverso, as empresas estão cada vez mais de olho nele, a fim de analisar as oportunidades.
Não é por acaso que o Magazine Luiza, uma das maiores empresas de varejo do país, comprou a Kabum!, atualmente, a maior plataforma gamer de e-commerce do Brasil, avaliada em R$3,5 bilhões. O mesmo marketplace também fez a aquisição do Canaltech, aliando sua estratégia ao canal de tecnologia.
Além disso, o Portal E-commerce Brasil, um dos maiores ecossistemas de comércio eletrônico brasileiro, anunciou que, no ano de 2022, será realizado uma confraria entre parceiros e vendedores que atuam no mercado de jogos eletrônicos.
Não se engane, o público gamer não é mais composto apenas por jovens “nerds” e do sexo masculino. A segmentação já atingiu diferentes nichos de atuação, fomentados pela popularização do streaming em grandes canais de mídia, como Facebook e Twitch.
Dentre as grandes oportunidades estão a organização de campeonatos, streamers, eventos de comunidades e ligas. Já existem, aliás, agências especializadas em B2G (Business to Games), como a Druid.
Com a popularização dos jogos eletrônicos, chegada das NFTs e sistemas de blockchain, as marcas precisam repensar suas estratégias de branding. Afinal, não se trata apenas de colocar sua logomarca em uma camisa de futebol, ou em um outdoor, mas criar experiências marcantes em um cenário cada vez mais competitivo.
Será comum ver marcas e e-commerces trazendo uma imersão para dentro dos jogos e trazendo experiências híbridas e cada vez mais imersivas. Alguns exemplos que podemos citar é o caso da Renner criando uma loja dentro de um servidor do jogo de mundo aberto GTA, ou da Shopee que cria estratégias de cupons promocionais para seu jogo mobile Free Fire.
Até mesmo a Kabum!, maior ecommerce de games do Brasil, trouxe uma experiência imersiva dentro de um mod para o GTA V versão PC. Nessa missão, o player parte do seu centro de distribuição para realizar entregas a outros jogadores, muito legal não é mesmo?
2. Experiências de compra híbridas – Omnichannel
Falar sobre multicanalidade e operações omnichannel pode ser um assunto “clichê” quando abordamos tendências do e-commerce, afinal, no ano passado também trouxemos o tema em nosso artigo sobre 2021.
Porém, indicadores apontam que, apesar do e-commerce ter se tornado parte da rotina do consumidor brasileiro, não se deve abrir mão das compras no varejo tradicional, principalmente após o fim da pandemia.
Com a reabertura do comércio e a flexibilização nas regras de prevenção à Covid-19, as experiências de compra se tornarão cada vez mais híbridas, na qual a ideia principal é que, com o omnichannel, o consumidor não perceba diferenças entre o offline e o digital.
É necessário que o varejista se pergunte o que seu negócio consegue oferecer ao cliente que se acostumou a ter diversas opções de compra e entrega, como por exemplo a retirada de um produto comprado online em uma loja física. De acordo com uma pesquisa feita pela Opinion Box, revela que mais de 70% dos respondentes já começaram sua jornada de compra em um meio e a concluíram em outro canal.
Empresas e Marketplaces como Magazine Luiza, Americanas e Centauro já aderiram a esses modelos e passaram por uma verdadeira transformação digital.
3. O novo Metaverso
Apesar de não ser um conceito novo, após o anúncio do Facebook a respeito do seu reposicionamento de marca e reformulação com novo nome Meta, o metaverso se tornou um dos termos mais populares para caracterizar o mundo virtual que se espelha na vida real.
A empresa anunciou o investimento de US$10 bilhões para expandir esse universo, atingindo e estimulando uma mudança no cotidiano dos usuários. Veja abaixo, o gráfico do Google Trends que mostra a ascensão de buscas pela palavra chave “metaverso” nos últimos meses:
Desde 2020, em razão da pandemia da Covid-19 e consequentemente das restrições de distanciamento social, este termo passou a ser debatido com mais profundidade, principalmente, do ponto de vista corporativo e mercadológico.
Eventos e shows totalmente imersivos em plataformas de games, como o concerto da cantora estadunidense Ariana Grande no jogo Fortnite, conferências e encontros virtuais de todos os tipos em salas recriadas em ambiente digital, e provadores de roupas por meio de realidade virtual configuram somente algumas das infinitas possibilidades que esse ecossistema oferece.
Veja abaixo as marcas que já fazem parte desse ecossistema do metaverso, reconhece alguma?
Você deve estar se perguntando: como o e-commerce interliga-se a isso? A verdade é que as possibilidades são infinitas. Marcas como Havaianas, Boticário, Renner e Submarino já trouxeram experiências de conexão envolvendo entretenimento e comércio dentro de plataformas de games como Avakin Life e Fortnite.
Todo o modo de tráfego pago irá mudar, as interações com as redes sociais também e principalmente a forma como consumimos conteúdo e mergulhamos em uma jornada de compra totalmente imersiva e híbrida entre o mundo físico e virtual.
4. Marketplaces e Super Apps
Há alguns anos, observamos o movimento das grandes empresas de varejo se transformando em marketplaces. Alguns dos maiores exemplos disso são Magazine Luiza, Americanas e Centauro.
Atentos a este cenário, uma das maiores plataformas de e-commerce do mundo, a Vtex já possibilita ferramentas para transformar plataformas de lojas virtuais em marketplaces, desde 2017.
É importante ressaltar que essa transição não aconteceu somente entre as empresas varejistas, já que fintechs e até bancos tradicionais também vêm adotando esse movimento.
Somente no último trimestre de 2021, o Banco Inter movimentou cerca de 946 milhões de reais em valor transacionado dentro do Inter Shop, modalidade de compras dentro da sua aplicação. Já no acumulado deste ano, a empresa afirmou ao mercado que as vendas na plataforma já superaram a marca de 3 bilhões, ou seja, 3x acima do mesmo período de 2020.
Esta modalidade de e-commerce dentro do app é somente uma das muitas funcionalidades disponíveis dentro do Banco Inter, que até então, conta com inúmeras funcionalidades que vão muito além do mundo financeiro. Até mesmo viagens podem ser encontradas dentro do aplicativo.
Este movimento de criar versões mobile dessas plataformas é o famoso fenômeno dos Super Apps, funcionalidades e novos serviços que vão englobando novas vertentes de negócio que vão muito além do core business dessas empresas. Dessa forma, um mesmo aplicativo que te permite conversar com amigos, também, pode te dar opções para fazer um depósito bancário, marcar uma viagem ou fazer uma compra online por exemplo.
O Mercado Livre vêm sendo uma das empresas pioneiras a adotar a estratégia dos Super Apps, embora seu modelo de negócio principal ainda seja seu marketplace, a empresa começou a oferecer serviços financeiros, programas de benefícios e meios de pagamento, com o Mercado Pago.
Mas quais são os benefícios dos Super Apps?
Com os Super Apps, o cliente final ganha praticidade de encontrar diferentes serviços em um mesmo aplicativo, além da familiaridade na navegação entre os seus apps favoritos, os quais já possui certa familiaridade e confiança. Entretanto, poucas são as empresas que conseguiram adotar este modelo com maestria.
5. Entrega cada vez mais rápidas
Segundo a pesquisa conduzida pela Consumer Insights for the 2021 Holiday Shopping Season Survey, conduzida pela Outbrain, mais de 50% dos compradores online afirmam que a velocidade da entrega é o maior influenciador de decisão na hora de comprar um produto. Este estudo foi feito entre mais de 8 mil consumidores em países da Europa e América do Norte.
Estamos vivenciando a era do Same Hour (mesma hora, na tradução para portugês), que procedeu a o Same Day (mesmo dia, na tradução para português). Esses movimentos são protagonizados por grandes players do e-commerce como Mercado Livre, Amazon, Magalu. Estima-se que, até 2026, cerca de 25% das entregas serão feitas no mesmo dia, será que o seu e-commerce está preparado para este momento?
É necessário entender que além das opções de compras em diversos canais, investir em centros de distribuição em pontos estratégicos e aderir aos modelos de fulfillment dos marketplaces, como o Mercado Envios Full, que realizam entregas de um dia para o outro, pode ser um diferencial na aquisição de clientes.
Além disso, automatizar o processo de expedição do seu e-commerce é essencial para melhorar a reputação, posicionamento da sua loja nos marketplaces e fidelizar seus clientes. Um Hub de Integração é a melhor escolha para negócios que estão em estágios de investimento em logística e expedição.
É necessário avaliar se outras estratégias, como a de entrega colaborativa (Crowdshipping) ou ainda pontos de coleta para entregar suas encomendas com os PUDOs (Pick-up & Drop-off), seriam uma excelente opção para quem quer diminuir o prazo de entrega dos seus pedidos.
Lembre-se de avaliar o cenário do seu e-commerce e estudar todas as opções que são válidas para a sua empresa.
6. Redes sociais e Social Commerce ( Mas de novo?)
Sim, suas redes sociais possuem um papel fundamental na jornada de compra do seu consumidor. Afinal, as redes sociais sempre estão presentes nas listas de tendências do e-commerce anuais, já que gradualmente elas continuam crescendo e inovando na hora de oferecer novas ferramentas para o vendedor.
O Instagram e o Facebook já oferecem soluções aos lojistas como lojas virtuais e parcerias. Já o Whatsapp inovou no último ano possibilitando meios de pagamento com o WhatsApp Pay e já vem testando anúncios dentro de sua plataforma.
O Pinterest também permite que vendedores usem pins nas fotos com informações dos produtos expostos e que direcionam para o anúncio que o vendedor quiser vincular.
Ainda de acordo com a pesquisa feita pela Opinion Box, cerca de 65% dos consumidores afirmam que as redes sociais são o ponto de partida para iniciar uma compra, seja ela como uma pesquisa de um produto ou serviço, ou até mesmo pela visualização de algum anúncio.
Já falamos aqui sobre a jornada de compra híbrida, mas você já parou para pensar como você deve adaptar a sua comunicação para isso? Veja no gráfico abaixo, cerca de 75% dos compradores afirmam que, ao visualizar um anúncio de um produto que despertou interesse, a compra é feita somente depois.
O maior desafio é transformar o entretenimento em venda, por isso utilizar de experiências como o live commerce são um excelente exemplo de como fazer isso. Com essa estratégia é possível realizar transmissão de showrooms, concertos e até mesmo contar com a presença de influenciadores do seu nicho que vão auxiliar na venda de produtos que o vendedor mostrar no decorrer da transmissão ao vivo, a qual pode ser realizada em redes sociais ou em marketplaces, como o AliExpress.
Além da estruturação e planejamento de uma comunicação transmidiática, o que deve ser feito? O mais importante: Estude e saiba quais são os principais canais que o seu melhor cliente está, o que ele consome e, claro, quem é ele. Com essas informações, você será capaz de construir uma excelente estratégia para as suas redes sociais.
Essas são as tendências do e-commerce 2022, mas há algo a mais para se considerar
É importante ressaltar que antes de adotar qualquer estratégia ou tendência do e-commerce mencionada, seu negócio precisa saber fazer o famoso “arroz com feijão” de maneira bem feita, ou seja, colocar o seu cliente no centro da operação.
De nada adianta falarmos sobre metaverso, se seu cliente espera 20 minutos para ser atendido no seu SAC. Ou até mesmo, não consegue ter uma boa experiência de compra com o menor tipo de fricção possível.
O consumidor aprendeu a comprar categorias que antes só eram feitas no meio físico, agora é importante estar preparado para atender a demanda no universo digital. Estar presente em vários canais é fundamental para crescer, principalmente com o apoio de ferramentas que irão automatizar suas atividades operacionais e dar mais tempo para você focar na estratégia do seu e-commerce em 2022.
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Queremos te ouvir, quais outras tendências você crê que vai transformar o mercado em 2022? Comenta aqui!